Revista Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade - Ed 130 - Janeiro/Fevereiro 2018 -
ERIKA VON ZUBEN – Diretora Técnica da AESAS e Diretora Técnica HERA CONSULTORIA E TREINAMENTO
A humanidade enfrenta problemas de degradação ambiental que remontam no tempo. Avaliar e reduzir os impactos ambientais das atividades antrópicas, num cenário em que o crescimento da população mundial pressiona o consumo de recursos naturais além da capacidade de reposição do planeta, é um dos principais desafios da atualidade.
Fato é que, muitas vezes, a busca pela preservação ambiental não se alinha aos ditames do desenvolvimento da sociedade contemporânea, e para tentar resolver essa aparente incongruência, emerge a denominada sustentabilidade como instrumento de manutenção deste desenvolvimento. Entretanto, a sustentabilidade deve ser construída e consolidada a partir do aporte científico de diversas áreas do saber, e todo este arcabouço que envolve a sustentabilidade deve ser apoiada no tripé: aspectos ambientais, sociais e econômicos.
Porém, a efetiva garantia constitucional de todos terem direito a um ambiente ecologicamente equilibrado só será alcançada na medida em que, além de cada indivíduo fazer sua parte, políticas de gerenciamento ambiental fizerem parte do dia-a-dia das corporações.
Nesse cenário, é certo que, as áreas contaminadas advêm de práticas e procedimentos com substâncias perigosas onde os cuidados com a proteção ao meio ambiente eram desconhecidas ou negligenciadas, e da ocorrência de acidentes ou vazamentos durante o desenvolvimento dos processos produtivos, de transporte ou de armazenamento de matérias primas, produtos e subprodutos. Esses fatos adquirem uma relevância maior quando possibilitam a exposição da população às substâncias, implicando, por consequência, a possíveis riscos à saúde humana.
Atualmente os estudos no âmbito das questões ambientais e os meios para mitigá-los, ocupam um papel de relevância dentro do meio científico. A mensuração do impacto causado é um processo complexo e multidisciplinar que envolve a conciliação de informações de diversas áreas do conhecimento, e as normas contribuem sobremaneira para melhorar a qualidade técnica e eficiência das ações, protegendo o meio ambiente e a sociedade.
Para compensar, minimizar ou evitar impactos ambientais, as atividades econômicas potencialmente poluidoras são objetos de legislações específicas ditadas pelos órgãos ambientais, disciplinadoras de procedimentos tecnológicos e operacionais capazes de promover a implantação de práticas sustentáveis de gerenciamento, fazendo com que as tomadas de decisões sejam frente aos riscos ambientais existentes, na remediação dos danos causados e na adoção de medidas preventivas à formação de novos passivos.
E as empresas que fizerem do gerenciamento adequado das atividades potencialmente poluidoras um objetivo estratégico, serão as maiores beneficiadas. Isto significa produzir sem poluir, reduzir a geração de resíduos, destinar os efluentes dentro dos padrões legais, respeitar as preocupações ecológicas das comunidades locais. Essas empresas que utilizarem a gestão com base nos riscos reais estarão vantajosamente colocadas numa posição proativa e sustentável para o negócio e cada vez mais consciente das responsabilidades comuns dos negócios e da sociedade como um todo.